Já tinha contado aqui nesse post sobre a inauguração da filial do paulistano Bar Astor no Arpoador (no ponto onde funcionou o Barril 1800) há cerca de duas semanas. Disse como achei bem-vindo esse sopro de renovação num endereço tão privilegiado e, até então, tão mal explorado. Confidenciei que achei o Astor carioca ainda mais bonito que o de São Paulo, mesmo mantendo o mesmo décor classudo e o delicioso ar retrô. Mas não podia, então, me pronunciar sobre a comida, por mais que o cardápio já insinuasse um belo gol em matéria de cozinha de bar, unindo clássicos da matriz a pratos que homenageiam o gosto do carioca, como o picadinho com angu, a alheira com ovos e o chuchu com camarão. Já tinha visitado o Astor paulistano, mas cada casa é um caso. Experimentei uma ou outra coisa na inauguração, mas isso não vale. Pra valer mesmo, só depois de iniciado o jogo.
Pois bem. Desde então, estive lá duas vezes ao longo dessas duas semanas de vida do bar. Mas a verdade é que, por mais que o time esteja em campo e a bola rolando, as primeiras semanas são, ainda, uma espécie de aquecimento e é exatamente quando surgem arestas a serem aparadas e quando se iniciam os ajustes finais. Por isso não costumo falar de restaurantes nesses primeiros momentos. A não ser quando, entre erros e acertos, seja possível vislumbrar algo verdadeiramente bom. Foi assim com o Venga!, que eu visitei na primeira semana de vida e, numa noite de altos e baixos, tive a impressão de que se tornaria um favorito na minha lista. Não deu outra. Com o Astor, posso dizer que senti mais ou menos a mesma coisa. Mentiria se dissesse que não presenciei tropeços e desacertos na cozinha nessas minhas duas visitas. Mas já dá pra ter uma idéia do que será o Astor carioca, tão logo sejam vencidas essas questões primeiras... Eis aqui alguns dos motivos pelos quais posso garantir que voltarei muitas vezes ainda:
Besteira à milanesa: canapés quentes de queijo derretido com tiras fininhas de bife à milanesa...
Os tostados, deliciosos sanduíches que chegam à mesa douradinhos e crocantes, depois de passarem, digamos assim, por um abraço apertado de uma chapa poderosa...
O sensacional sanduíche de pastrami, páreo pras melhores délis de Nova Iorque...
Os ovos boêmios (adorei o nome), que chegam acomodados em meio a dezenas de rodelinhas finíssimas de uma linguiça picante e saborosa...
O picadinho Astor, que vem com caldinho de feijão, farofa, ovo pochê, bananinha à milanesa e pastéis de queijo.
Enfim, eu diria que o Astor tem todos os requisitos pra entrar pra lista dos melhores bares do Rio. Além do ambiente de bom gosto e da boa cozinha, conta ainda com um detalhe que faz toda diferença: o endereço. Afinal, não é qualquer bar que tem como coadjuvante as areias de Ipanema...
Bar Astor – Av. Vieira Souto 110 (entrada pela Rainha Elizabeth)
Ipanema
www.barastor.com.br
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