A Casa Carandaí, novo estabelecimento de João Luiz Garcia, o Janjão, é uma das melhores surpresas entre as recentes inaugurações na cidade. Trata-se de um misto de delicatessen, rotisserie e padaria, abrigada num lindo casarão da rua Lopes Quintas.

Nas prateleiras, há algumas bobagens e produtos que se encontram em qualquer supermercado –, mas há também muita coisa interessante. E embora, de início, os produtos estrangeiros respondam pela maior parte do que está à venda na loja, a intenção é mudar essa balança aos poucos. O restaurateur, apesar de saber que, muitas vezes, é mais difícil trazer um produto de Minas Gerais do que da França ou da Itália, parece disposto a enfrentar as dificuldades. Particularmente, acho que anda bem se levantar a bandeira do produto brasileiro. Entre azeites, vinhos, chocolates, já há espaço pra coisas como goiabada e mangada de Ponte Nova, embutidos da Frigor Cinque, doces e compotas do Rio Grande do Sul. E na cave de queijos, a menina dos olhos de Janjão, a produção brasileira tem lugar cativo.

Desde que a casa abriu as portas, tenho ido quase toda semana. Da linha de produção própria, me encantei com algumas coisas (como a baguete, que, apesar da irregularidade – já provei algumas ótimas e outras nem tanto –, é melhor que a média), me decepcionei com outras. O já famoso frango assado, por exemplo, me frustrou. Dia desses, estavam tão bonitos e perfumados que não resisti: abracei um e trouxe pra casa. Apesar da estampa, faltavam umidade e sabor à carne.

De tudo o que tenho comprado na Carandaí, minha maior felicidade é ter por perto alguns dos melhores queijos de leite cru feitos no Brasil. Estas são, pra mim, as grandes estrelas da loja. Vejo mérito na casa em trazer ao público queijos artesanais de regiões como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, nossas pérolas “fora da lei”. No trajeto até as prateleiras do Jardim Botânico, os preços são bastante inflacionados, mas isso não diminui o mérito da proposta. Tenho comprado constantemente alguns deles: queijo de Araxá, o serrano de Bom Jesus e o Canastra do premiado produtor Zé Mário, de São Roque. Este último, na minha opinião, o melhor de todos. Uma beleza. Já virou ritual na minha mesa: um naco dessa pequena joia na companhia da compota de kinkan também comprada lá. Eis a dobradinha que tem feito minha vida melhor nas últimas semanas.

Casa Carandaí – Rua Lopes Quintas 165 – Jardim Botânico
http://www.casacarandai.com.br/

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