Alice Waters visita o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas

Novembro 2012

Alice Waters Rio de Janeiro

Quem acompanha o blog no Facebook (sim, pra quem ainda não viu, o Pra Quem Quiser me Visitar, finalmente, chegou ao Facebook) ou me segue no twitter, ficou a par de muito do que aconteceu no Mesa Tendências no início do mês. Sua 6ª edição teve em Alice Waters – proprietária do Chez Panisse, em Berkeley, e vice-presidente do Slow Food – uma das figuras mais aguardadas do congresso. A chef, que abriu o primeiro dia de evento diante de um auditório completamente lotado, arrastou uma legião de fãs por onde passou. Do alto de seus quase setenta anos, mantém o posto de primeira-dama da gastronomia americana, o que fica claro na reverência nos olhares se voltam pra ela. Não é à toa. Sei que não é preciso recapitular aqui os motivos que a levaram a conquistar esse lugar no cenário da gastronomia mundial, mas é sempre bom lembrar que foi ela, ainda na década de 70, a precursora do movimento que hoje chamamos locavorismo. 

Depois de quase uma semana em São Paulo, Alice veio pro Rio, onde ficou por mais alguns dias. Tanto lá, como cá, como seria de se esperar, sua agenda não se limitou aos jantares nos melhores restaurantes das duas cidades. Em São Paulo, visitou a horta cultivada por alunos da rede estadual de ensino na Casa de Solidariedade II, no Parque Dom Pedro. Aqui, fez questão de conhecer o excelente Circuito Carioca de Feiras Orgânicas da ABIO, que reúne agricultores para vender seus produtos orgânicos diretamente ao consumidor, cada dia em um ponto da cidade.

Circuito Carioca de Feiras Orgânicas

Circuito Carioca de Feiras Orgânicas

Circuito Carioca de Feiras Orgânicas 

Circuito Carioca de Feiras Orgânicas  Circuito Carioca de Feiras Orgânicas

Na companhia das chefs Silvana Bianchi, Roberta Sudbrack e Teresa Corção, a americana esteve na feira das terças-feiras na Praça Nossa Senhora da Paz, onde fez questão de visitar todas as bancas e conversar com os produtores – além de comprar seus produtos, que, ao fim da manhã, renderam-lhe uma bolsa cheia.

Alice Waters Rio de Janeiro

Alice Waters Rio de Janeiro

Alice Waters Rio de Janeiro

Dali, Alice seguiu pra um almoço no restaurante Celeiro, o que me pareceu fazer todo sentido. Foi um prazer testemunhar o encontro da chef com Rosa Herz, que comanda bravamente a casa do Leblon há três décadas. Duas mulheres à frente de seu tempo, cada uma dentro de suas circunstâncias.

Alice Waters Rosa Herz Celeiro

Alice Waters Rosa Herz Celeiro

Despedi-me de todos e vinha caminhando, pensando em tudo isso, quando entrou no meu celular uma mensagem da chef Teresa Corção, que dizia mais ou menos assim: “O final da festa foi uma feira livre gratuita que a Alice montou no lobby do hotel. Aprendi duas lições com ela: jamais barganhar preço com os produtores e sempre compartilhar a compra da feira com várias pessoas.”

Eis o flagrante da feira montada por Alice no lobby do hotel, em foto surrupiada do Instagram de Roberta Sudbrack:

Alice Waters Roberta Sudbrack Teresa Corção

A mensagem de Teresa e a imagem acima só reforçaram as impressões que me ficaram da chef americana naquela manhã: simplicidade, generosidade e um pensamento sempre voltado para o coletivo. Nenhuma surpresa. Afinal, de que outra matéria, que não esta, são feitos os líderes?

por: Maria das Graças em 21-11-2012
Que pena que eu não fui à feira nesse dia! Sou cliente assídua dessa feira tanto na terça quanto na quinta-feira, em Ipanema e Leblon. Menos por ser uma feira "organica" e mais por ser uma feira de pequenos produtores onde a troca de experiências é a tônica. O resultado tem sido bem animador. Produtos que eram desconhecidos hoje fazem parte da sacola de compras de muita gente que em conversas animadas entre clientes e produtores aprendem como prepará-los.
por: Constance em 21-11-2012
É isso, Maria. Suas palavras traduzem bem o que é o sentido desse circuito de feiras, que enche o Rio de orgulho.
por: Alfredo Eb em 22-11-2012
Muito oportuno seu post, Constance. Mais do que fazer patrulha ideológica das cozinhas, AW é em sí mesma um testemunho de como as pessoas de mente aberta, de pensamento independente inovam e vivem coerentemente com o que defendem. Em tempos onde todos vão atrás de alguém que ofereça soluções pré fabricadas, ela vem com propostas. Parece dizer: "Observem essas poucas diretrizes, dêem-se as mãos (produtores e consumidores), encontrem seus caminhos e o futuro estará formado." Bárbaro!
por: Adeilton Queiroz em 31-07-2015
Ola Constance, estou fazendo um trabalho pra faculdade sobre produtos orgânicos e adorei sua matéria, e tambem à saber que existe uma feira desse tipo no Rio de janeiro e não apenas em São Paulo e em outros estados. Confesso que não sou adepto da comida orgânica, mas estou muito interessado, não apenas pelo trabalho mas curiosidade em eu como consumidor poder mudar meus alimentos e passar a ter uma alimentação melhor. Percebo que não tem divulgação desses produtos nos meios de comunicação. Se possivel gostaria de marcar uma entrevista.
aguardo contato , obrigado.
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