Véspera de Natal. Estávamos a algumas dezenas de quilômetros de distância do nosso destino quando o oceano irrompeu à beira da estrada. Tanta beleza, impossível não parar.
Entre nós e o mar, providencialmente, havia um restaurante. Nunca tinha ouvido falar, não tinha ideia se era bom ou mau, não sabia o que esperar daquele lugar. Como estávamos cansados e famintos, decidimos almoçar ali. Ainda que não houvesse fome e cansaço, provavelmente cederíamos ao apelo do cenário: casa praticamente vazia – uma única mesa ocupada –, debruçada sobre a praia quase deserta.
O almoço: boa porção de agulha frita, polvo ao molho de coco, macaxeira frita. Pra acompanhar, suco de graviola.
A macaxeira poderia estar mais sequinha. O polvo poderia estar mais tenro. Eu, no entanto, não poderia estar mais feliz. Naquele momento, encomendei aos céus um 2015 assim: mais improviso, mais simplicidade, menos expectativas.