Finalmente, e com alguns dias de atraso, mostro aqui um pouquinho do que aconteceu no último dia de Mesa Tendências.
O chef pâtissier do Plaza Athenée Christophe Michalak, nos trouxe seus profiteroles modernos...
Marcelo Tejedor, da Casa Marcelo (em Santiago de Compostela), montou uma mesa no palco e convidou dois ouvintes a saborear um menu de 8 passos, tal como serve em seu restaurante.
Grande parte da emoção do dia ficou por conta de Mari Hirata e Roberta Sudbrack.
Mari foi aplaudida de pé, não só por seu imenso conhecimento, mas pela generosidade em compartilhá-lo de forma completamente desprendida. Ensinou-nos a fazer pão como já não se faz mais e a resgatar a delicadeza necessária a transformar água e farinha num alimento essencial. E fez questão de dar a cada uma das pessoas da plateia um pouquinho do fermento que ela alimenta há 17 anos. Seu entusiasmo pela arte da cozinha é contagiante. Não havia como ficar indiferente...
Ainda sob efeito da aula apaixonada de Mari, vimos subir ao palco a chef Roberta Sudbrack, que trouxe mais emoção ao público com palavras que deixavam clara a sua entrega ao ofício de cozinheira. Roberta falou de técnica e de emoção e mostrou seu trabalho com ingredientes menosprezados como chuchu, maxixe e quiabo, na tentativa de devolver a eles seu lugar à mesa.
O último dia do evento teve, ainda, Alex Atala, que falou sobre a priprioca e surpreendeu a platéia ao demonstrar seu prato “Quiabo, quiabo, quiabo” e dar os créditos do caviar vegetal à chef Roberta Sudbrack, disparando: “Por que é feio copiar um chef brasileiro e não é feio copiar um estrangeiro?”
Encerrando o congresso, subiu ao palco Olivier Roellinger, do Les Maisons de Bricourt, em Cancale, Bretanha. O homem que ficou mundialmente conhecido por “devolver” suas três estrelas Michelin, soltando-se das amarras da haute cuisine, falou sobre sua trajetória, sua relação com a natureza, viajou aos primórdios da relação do homem com a gastronomia, filosofou e até poesia leu. Arrancou lágrimas de quem estava na plateia.