A julgar por minha primeira visita ao Futuro Refeitório, quase um ano atrás, eu talvez não tivesse voltado. Fui no jantar e nada do que comi naquela noite me impressionou. Mas sei que restaurantes são engrenagens complexas, suscetíveis a uma infinidade de variáveis. Diferentes combinações de algumas delas podem resultar experiências absolutamente distintas ainda que o lugar seja o mesmo. E acredito também que, assim como acontece com as pessoas, restaurantes têm vocações, nem sempre claras à primeira vista.
No caso do Futuro, desde a inauguração, a intuição me dizia que sua vocação era diurna. Portanto, meses depois daquele jantar, retornei para um brunch. E foi tão bom que, no dia seguinte, lá estava eu novamente.
O croissant - dos melhores que já experimentei fora da França - tem laminação impecável, além de cor e crocância que o diferenciam dos exemplares anêmicos e frouxos que abundam por aqui.
O waffle, leve, crocante, ostentava os benefícios da fermentação longa. Uma beleza.
No breakfast sandwich, ao lado de bacon e queijo, o ovo frito ganhava o abraço do delicioso bun da casa, num clássico do desjejum americano. Provei também os indefectíveis ovos mexidos, que chegam na companhia de linguiças.
A rabanada de brioche, um assombro, tinha no sabor uma nota particular que me pareceu xarope de maple. Pra acompanhá-la, elegi um delicado curd de laranja. Mas a menção do cardápio a um doce de leite feito na casa (assim como o curd) dificultava a tarefa de me apaziguar com minha escolha. Na dúvida, pedi um de cada e não me arrependi.
Futuro Refeitório – Rua Cônego Eugênio Leite 808 – Pinheiros – São Paulo
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