Já contei aqui do meu entusiasmo a respeito do novo restaurante de Jefferson Rueda, seja quanto ao conceito que norteia o cardápio, seja quanto à sua tradução no prato. Não me repetirei, vou poupá-los disso. Mas queria contar que voltei à casa mês passado e saí convencida de que é mesmo um trabalho que merece todas as loas. Havia estado lá a convite, antes mesmo da inauguração oficial do restaurante. Queria voltar por minha conta, com tudo em pleno funcionamento. Foi que fiz.
Comecei revisitando as sensacionais coxinhas de galinha. Se a última visita tivesse deixado alguma dúvida, agora a questão estaria selada: são as melhores que comi nos últimos tempos.
Também não resisti aos bolinhos de espinafre com miolo de boi. Bons, muito bons, mas não são páreo pras coxinhas...
Segui com a deliciosa pamonha recheada de codeguim, acompanhada de fonduta de taleggio (único elemento do prato que eu dispensaria) e mostarda de Cremona.
Veio, então, o que, pra mim, foi a grande estrela da noite: arroz carnaroli com suã, linguiça, repolho e abóbora. O arroz úmido, o sabor do porco, o colágeno envolvendo a boca, tudo tornava difícil a tarefa de encontrar adjetivos que fizessem justiça ao prato...
As sobremesas, pra minha surpresa (afinal, sou fã do trabalho da chef confeiteira Saiko Izawa), ficaram um tom abaixo daquelas que experimentei na visita anterior. O tiramisù era bom, mas não especial. O trio que trazia cannolo e canudinhos recheados de doce de leite e creme de coco também não me entusiasmou – a decepção maior foi com o cannolo, onde faltava crocância e sobrava canela.
Confesso que me arrependi de não ter pedido como sobremesa mais uma porção do arroz com suã...
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