Às tapas no Arola Vintetres

Novembro 2010

Confesso que, se por um lado tinha grande curiosidade a respeito do restaurante que o premiado espanhol Sergi Arola abriu em São Paulo em 2009, guardava algum receio, em razão dos depoimentos díspares que se sucederam nos primeiros meses de vida da casa. Apesar da reticência, decidi ir conferir o Arola Vintetres e tirar minhas conclusões.

O primeiro estabelecimento do chef fora da Europa fica na cobertura do hotel Tivoli Mofarrej. O salão é elegante, mas devo admitir que me soa excessivo, num certo descompasso com a proposta da cozinha, cujo grande foco são as tapas.

Essa sensação de desalinho acaba sendo esquecida, afinal, é difícil manter os olhos no salão, quando, lá fora, a metrópole clama por atenção. As luzes de São Paulo, escancaradas pelas grandes janelas, aumentam o prazer de uma refeição no Arola Vintetres, não dá pra negar.

Mas a qualidade da comida traria nossa atenção de volta à mesa. Superando minhas expectativas, quase tudo o que experimentamos estava bastante bom. O que me fez pensar se o segredo pro sucesso de uma refeição não estaria em administrar as expectativas...

Voltando ao que interessa, se o forte da casa são as tapas, fomos a elas. Começamos com fartas fatias de pan con tomate, na companhia de bons azeites, uma pasta de azeitonas e um ótimo aioli. Gostosos, embora estejam longe de serem os melhores que já comi.

Em seguida, as famosas batatas bravas de Arola, um de seus pratos-assinatura. Os cilindros de batata, que escondem o picante molho de tomate sob o aioli, não se resumem a uma versão bem-sucedida do ponto de vista estético. São um tanto mais leves que a tradicional tapa espanhola, e, ainda assim, cheias de sabor.

Fomos em frente com aspargos verdes grelhados, acompanhados de um delicioso molho romesco. E berinjelas assadas com redução de balsâmico e pinoles. O tostado era marcante e fazia do prato uma das melhores coisas da noite.

Encerramos com os gostosos huevos revueltos com batatinhas e jamón ibérico.

O anticlímax ficou por conta da sobremesa, que, apesar dos desmedidos R$37,00 que nos custou (não me lembro de uma sobremesa tão cara nas minhas últimas incursões), não tinha nada de especial. O parfait de chocolate branco era um tanto sem graça, o recheio de frutas vermelhas tinha textura estranha e quanto ao suposto caramelo de Grand Marnier, quase nada se sentia do licor. Quem sabe dou mais sorte na próxima vez...

 


Arola Vintetres – 23º andar do hotel Tivoli Mofarrej – Alameda Santos 1437 – Cerqueira César
www.arolavintetres.com
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