Saturne: bela surpresa na nova leva de restaurantes em Paris

Dezembro 2011

Saturne Paris

Quando o chef Sven Chartier (ex Arpège e Racines) e o somelier Ewen Lemoigne (também egresso do Racines) uniram-se para inaugurar o Saturne, em 2010, intitularam-no bar à vin. O que li sobre a casa logo nos primeiros meses de vida fazia supor que era mais que isso. E, de fato, é. Trata-se de mais um da boa leva de restaurantes cujas jovens equipes, na cozinha e no salão, representam uma lufada de ar fresco no cenário gastronômico parisiense.

Saturne Paris

O salão – de onde se acompanha o movimento da cozinha aberta e a atuação de Chartier – tem um design limpo e moderno que poderia sugerir estarmos em outra cidade. Nos garçons, vê-se uma cordialidade – o que inclui até eventuais sorrisos – que também não é comum naquelas paragens. Uma quebra de paradigma em relação ao habitual atendimento mal-humorado dos bistrôs de Paris. A cozinha? Embora ainda possa ganhar mais consistência, é marcada por modernidade e sutileza, a serviço de produtos de alta qualidade. Claramente mais ambiciosa do que se esperaria de um simples bar à vin.

Saturne Paris Saturne Paris

Saturne Paris Saturne Paris

No jantar, menu único. Os dois primeiros cursos foram os que menos me entusiasmaram. O velouté de tomates com queijo de cabra era correto, não muito mais do que isso. O delicado atum cru com finíssimas lascas de figo e creme de sardinhas era melhor, mas ainda não dava o recado do Saturne.

Saturne Paris Saturne Paris

Com os deliciosos gnocchi de abóbora, acompanhados de um levíssimo creme de queijo e lâminas de cogumelo fresco, o tom começou a subir.

Saturne Paris

O prato seguinte me faria rever uma velha convicção de que lagosta é um bicho superestimado. Os nacos carnudos e doces vinham coadjuvados por uma bisque encorpada e de sabor intenso, e um belo creme de alcachofras.

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O pato que encerrava os cursos salgados, apesar de rosado e saboroso, tinha a carne menos tenra que o ideal. Ainda assim, era bastante bom.

Saturne Paris Saturne Paris

A primeira sobremesa era um soberbo, inesquecível sorbet de azedinha, acompanhado de framboesas e um creme de ruibarbo um tantinho azedo. O absurdo frescor daquele sorvete, de certa forma, traduzia o sopro do trabalho de Chartier...

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Na sobremesa seguinte, mais sorvete. Agora, de pão. Deliciosa a espuma de praliné que o acompanhava, assim como a mousse de chocolate ao fundo. Mas a estrela era, uma vez mais, o sorvete, feito com um incrível pão produzido com vários cereais e fermentado por alguns dias.

Saturne Paris

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Com perfeitas madeleines de mel me despedi, agradecida. Porque, sim, a moderna cozinha do Saturne poderia estar em muitas outras cidades. Mas o que me esperava, lá fora, era Paris.

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Saturne - 17 Rue Notre-Dame des Victoires – 2 ème

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