Como eu dizia no post anterior, a segunda casa de Christian Puglisi, embora compartilhe virtudes fundamentais com a primeira (inclusive a evidente qualidade do produto), tem uma proposta diferente, o que se revela numa atmosfera ainda mais informal e vibrante e numa cozinha mais rústica, mas não menos deliciosa.
Há um enxuto rol de opções à la carte, mas o interessante é o menu à escolha do chef, com sete pratos a compartilhar, cujos protagonistas são os vegetais. Ótima comida, do primeiro ao último bocado. Sempre acompanhada pelo excelente pão da casa. (A propósito, Puglisi promete inaugurar uma padaria em Copenhague ainda esse ano.)
Fitas de aipo-rábano envoltas em creme de anchovas e cristais de azeitona preta. Dos melhores pratos da noite.
Gostosas rillettes de porco com pão tostado.
Beterrabas assadas com creme de limão. Este seria o primeiro prato do percurso, o que, de fato, faria mais sentido, mas os garçons que nos atendiam, um tanto atrapalhados, acabaram mudando a ordem do menu. Eu diria que o serviço confuso foi o único senão naquela noite. Mas a simpatia da equipe minimizou o problema.
Ovo pochê, compota de batatas, crocantes de porco.
O prato de carnes era impecável (a língua de vitela estava especialmente boa), mas, acreditem, teve o brilho roubado pelo que veio antes – doces cebolas assadas em molho de cerveja, deliciosas – e depois – cenouras assadas com creme de queijo de cabra fresco e estragão, o último ato do percurso.
Os vegetais são, de fato, as grandes estrelas nas mãos da equipe do Manfreds, que faz deles não apenas o esteio de sua cozinha, mas, acima de tudo, pratos verdadeiramente gostosos.
Manfreds & Vin - Jægersborggade 40